Disciplinas do Concurso - Parte 2 – Contabilidade e algumas coisas a mais

Olá pessoal,

A convite do ilustre mentor deste blog foda (desculpe a quebra de protocolo), desta vez, falemos um pouco da Contabilidade...

No entanto, adianto que fiz outras considerações, abrangendo outros assuntos também.

Espero que ajude, mas lembrem-se: estou no mesmo barco que muitos vocês: iniciante.

Livros mais recomendados:

• Contabilidade Básica, autor Ricardo Ferreira (o mais usado e muito bem conceituado);
• Manual de Contabilidade, autores Missagia e Velter (o que uso, recomendo).

Programa de Contabilidade, Agente de Polícia federal 2009:

VII NOÇÕES DE CONTABILIDADE GERAL: 1 Livros obrigatórios e facultativos. 2 Registros contábeis. 2.1 Método das partidas dobradas. 2.2 Lançamentos de 1ª, 2ª, 3ª, e 4ª fórmulas. 2.3 Regime de competência e regime de caixa. 3 Critérios de avaliação do ativo e do passivo. 4 O patrimônio líquido. 5 Operações contábeis comuns às empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços. 6 Principais demonstrações contábeis e suas finalidades.

A primeira observação que faço, assim como a feita pelo Eduardo na análise da Língua Portuguesa, é em relação à aparência tranquila do conteúdo. Perece pouca coisa, não?

Pois é, mais infelizmente não é bem assim...

Provavelmente você, se for o caso, que por mera curiosidade, já deu uma olhada no programa de Contabilidade geral de quaisquer dos concursos da Receita, seja Analista ou Auditor Fiscal, provavelmente pensará ser a Contabilidade da PF muito mais light, não é mesmo?

É uma verdade, com certeza. Mas não tanto quanto parece.

Para que eu ilustre o que digo, peço que vocês dêem uma olhada no programa de Direito Administrativo de Auditor – 2009, e em seguida compare com o de Agente de Polícia Federal - 2009.

Caso você tenha se dado ao trabalho, você irá perceber que a Cespe costuma ser mais “econômica” em termos de linhas em seus conteúdos programáticos.

Enquanto a Esaf manda: “Organização administrativa brasileira: Centralização e Descentralização da atividade administrativa do Estado. Concentração e Desconcentração. Administração Pública Direta e Indireta, Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista.”

A Cespe faz a mesma coisa, só que mais sucinta: “2 Organização administrativa da União: administração direta e indireta”. Portanto:

A primeira dica que posso dar, embora eu faça questão de frisar que estou no começo, não sendo, portanto, nenhum expert em Contabilidade, é: tenham consciência do quanto esta matéria é importante. Não é tão pouco quanto pode parecer.

A segunda dica, que considero uma das receitas para o sucesso, é em relação à maturidade para o estudo.

Vocês podem discordar de tudo o que eu disser aqui, mas esta dica é a que faço mais questão de frisar.

Não sei se é o caso de vocês, mas conheço muita gente que estuda para Agente e insiste em uma estupidez: hierarquizar as matérias do edital!

Muita gente pensa: “Ah, vou cair em cima dos “direitos”, estudar um pouco de Português e informática. Contabilidade, Economia, Administração e Raciocínio Lógico?! Deixa para depois... Atualidades?! Quando sair o edital eu leio jornais e está tudo certo...

Bem, para que eu possa tentar tirar esta coisa da sua cabeça, vamos fazer um estudo da prova de agente federal, 2009:

• 26 Itens (item 1 a 26) – Português;
• 09 itens (item 27 a 35) – Atualidades;
• 14 itens (item 36 a 49) – Informática;
• 09 itens (item 50 a 58) – Contabilidade;
• 09 itens (item 59 a 67) – Microeconomia;
• 09 itens (item 68 a 76) – Raciocínio Lógico;
• 09 itens (item 77 a 85) – Direito Penal;
• 09 itens (item 86 a 94) – Direito processual Penal;
• 06 itens (item 95 a 100) – Legislação especial;
• 10 itens (item 101 a 110) – Administração;
• 05 itens (item 111 a 115) – Direito Administrativo;
• 05 itens (item 116 a 120) – Direito Constitucional.

Português e Informática geralmente, desde as provas de 2004, são as matérias com maior número de itens, nesta ordem. No entanto, se vocês perceberam, Contabilidade, Microeconomia, Raciocínio Lógico e Atualidades possuem 09 itens cada, assim como Direito Penal e Processo Penal!

Estão vendo? Se fôssemos pela lógica dos concursos da área policial, pensaríamos ter mais peso na prova, os “direitos”, principalmente Penal e Processo Penal. Mas isso não acontece na prática. Desde as provas de 2004, para ser mais exato.

Em 2009, inclusive, Administração teve mais peso que todas, com 10 itens, a não ser Português e Informática. Direito Constitucional e Administrativo?! Apenas 05 itens cada.

Cadê a hierarquia? Foi para o espaço, meu caro...

O segredo é focar em todas as matérias, dando o máximo, pois cada item fará diferença, podem contar com isso.

Partindo para a Contabilidade propriamente dita, eu, como um cara da área de humanas, confesso que tenho dificuldades. Mas ainda assim, é uma das que mais gosto.

Boa parte da prova da PF 2009 foi em cima das operações contábeis comuns às empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços. Esse ponto se refere às Operações com Mercadorias e Ajustes e Operações de Encerramento, nos livros.

É fundamental que se domine as Demonstrações Contábeis: Demonstração do Resultado de Exercício (DRE), Balanço Patrimonial (básica), Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstração de Fluxos de caixa (DFC) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

Estas duas últimas, geralmente, estão nos livros de Contabilidade Avançada. A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), de acordo com a Lei nº 11.638/2007, foi excluída do rol das Demonstrações Contábeis obrigatórias. Mas caso a Cespe queira nos ferrar, ela pode utilizar o DOAR ainda assim, utilizando demonstrativos anteriores ao ano de 2008.

É neste ponto, após escrever bastante, que:

Deixo minha terceira dica: a Contabilidade precisa ser estudada com antecedência, desde o início da preparação. Primeiro porque é complexa, segundo porque o programa é extremamente esparso, abrangendo muita coisa.

Sei que 99% dos candidatos a Agente, mesmo para Auditor (caso da Receita), estudam pelo livro do Ricardo Ferreira, que é realmente conceituadíssimo. Mas optei pelo Missagia e Velter, Manual de Contabilidade. São 750 páginas e ainda assim, alguns demonstrativos estão no livro de Contabilidade Avançada (DFC e DVA), tanto no caso do Ricardo ferreira, quanto no Missagia e Velter.

Perceberam? O programa não é tão longo, mas esparso. Para que se cubra o edital com livros, precisaremos comprar mais de um.

Cada um estuda como quiser, mas, de fato, o programa engana. Se você tiver uma apostila de qualidade mastigada, feliz é você! Não é o meu caso...

O edital aborda itens mais avançados, precisando o candidato ler o livro desde o início, ganhando uma base, para somente então, encarar os itens propriamente ditos do programa.

O Eduardo deu uma dica excelente para o Português, mas que em minha opinião, não serve para a Contabilidade:

• “Tenha um controle rígido do conteúdo que está estudando para não sair do Edital e não perder tempo.”

Não há como iniciar Contabilidade pelos Demonstrativos, Lançamentos, etc. Seria o mesmo que iniciar o estudo da multiplicação, sem saber somar.

Contabilidade, para quem não é da área, é bizarro mesmo. Portanto, minha dica é: compre um bom livro, leia desde o início, estudando os conceitos, o que é o Patrimônio, os Princípios da Contabilidade, Balanço Patrimonial, para somente depois partir para a nata: o que consta no edital.

A quarta e última dica é: após terminar o programa, tendo uma boa base, estude provas da Esaf, pois é extremamente mais complexa que a Cespe nesta matéria.

Dominando a Esaf, estaremos a um passo de gabaritar a Cespe, consequentemente, prestes a ostentar o distintivo e a Glock na cintura.

Ministério da Justiça, AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL!

Que façamos da Contabilidade um dos veículos para este sonho.

Rumo à Polícia federal

Rodrigo Araújo