Livros e mais livros: como montar sua bibliografia?

E aí, pessoal, tudo bem?

Pois bem, galera, o tema de hoje é Bibliografia. Tem coisa mais complicada para quem está começando agora a estudar para o certame? E para quem começou agora a estudar para concursos públicos e nunca teve contato com Direito na vida, então? Difícil, não é? Lembro de quando comecei a estudar para o concurso do IBRAM, meu primeiro concurso público, e não tinha a menor noção de com o que estudar. Nunca tinha visto Direito na vida, não sabia a diferença entre artigo e inciso, nunca tinha aberto a CF/88 e nunca tinha feito uma prova de Informática fora da escola.

Bom, como montar uma boa bibliografia?



Acredito que, primeiro, seja o quesito "indicação de outros concurseiros". Alguns diriam "dinheiro", mas acho que este, embora seja um grande problema, não é o pior, uma vez que, quando estabelecido a sua "listinha", você se programar para estudá-los, dando o jeito que der, sem necessariamente comprá-los. Então, voltando, acho que o primeiro passo é a indicação de quem é candidato a concursos públicos e estuda a bem mais tempo que você. Eles conhecem livros, autores e preços de có, bem com qual livro é mais indicado para qual concurso e qual banca. Procure indicação em fóruns, como o Fórum Concurseiros, que pode ser bem útil.

Uma dica que li no texto do Alexandre Meirelles e que nunca mais esqueci é a seguinte: eleja, basicamente, um livro-base de cada disciplina. Isso vai facilitar em muitas coisas, como memorização e planejamento de estudo, e, principalmente, seu bolso agradece a economia. Estudando em muitos materiais diferentes, sua mente fica confusa e você corre o risco de ler a mesma coisa várias vezes, perdendo tempo. Então é aquilo: eleja um livro-base. O resto, é leitura complementar (e especialmente selecionada).

O segundo quesito, na minha opinião, é afinidade. Antes de comprar o livro, gaste um tempo folheando o livro na loja, de preferência com o edital do lado; ou então, olhe se o livro não consta no acervo de alguma biblioteca, pois sem tempo, será melhor ainda para você avaliar o livro. Se há uma versão online disponível (pirata ou não), dê uma avaliada, mas COMPRE o livro se gostar. Acho que esse negócio de pirataria de livros é válido somente nesse sentido, de permite que o leitor avalie o mesmo sem compromisso (algumas editoras disponibilizam os primeiros capítulos do livro, o que é uma opção bem melhor, e legal, diga-se de passagem).

Enquanto avaliar o livro, julgue tudo. Linguagem, formatação, diagramação (parece que não tem importância, mas faz MUITA diferença), abordagem, profundidade no tema, domínio do tema por parte do autor, etc. Avalie tudo, é sua chance! Aí então, se você se sentir a vontade com o livro, se o julgar bom para os seus estudos (o critério "bom" é o mínimo; "razoável" já não serve), adquira-o, ou garante que terá acesso a ele (por empréstimo com amigos, em bibliotecas, etc.). O importante é que você sinta afinidade com o livro para garantir que não vai desperdiçar seu dinheiro e esforços (em tentar entender algo que não consegue) a toa.

Aproveitando, acho importante ressaltar o tema “popularidade do livro”. Tem livros que são de fato muito aclamados pelos candidatos em geral, como verdadeiras bíblias para o “candidato sério”. Mas lhes digo, meus amigos: o livro pode ser o mais popular, cult, bonito e completo que você já viu, mas se não passar na sua “Avaliação Preliminar”, descarte-o. Sem pena. Se achou a linguagem rebruscada demais, o livro é muito extenso, monótono, diagramação ruim, letras pequenas, etc., descarte-o, pois não vai lhe servir bem.

Um de meus melhores amigos (que infelizmente não conheço pessoalmente, pois mora em Fortaleza) está se formando em Direito e é um dos meus maiores espelhos, por ser o primeiro concurseiro que conheci. Ele me disse hoje, quando lhe perguntei que livro de Direito Processual Penal comprar, entre Nestor Távora e Fernando Capez, que, apesar de achar Capez melhor, não podia me ajudar por tem a visão de um estudante de Direito. Como assim? Bem, sendo estudante de Direito, ele está bem mais ambientado a uma linguagem jurídica do que eu, que curso História. Desse modo, pra ele Capez pode ser de linguagem simples e didático, mas para mim, que tenho pouco conhecimento jurídico e nenhum de DPP, pode não ser.

Então pessoal, fica aqui o aviso. E vamos relembrar:

1 - Consiga indicações sobre os melhores livros para cada disciplina do concurso;

2 – Eleja os melhores em cada disciplina. Basicamente, um livro-base em cada, e suas leituras complementares;

3 - Avalie todos os quesitos do livro: linguagem, abordagem, profundidade, diagramação, etc.;

4 – Aprovado na avaliação, adquira-o (ou garanta acesso a ele por empréstimo);

5 – Estude muito;

Bom galera, é isso. Na “Parte II” eu espero falar de algo mais pessoal, como foi minha luta para conseguir montar minha bibliografia, como a biblioteca da faculdade é desatualizadíssima e como é difícil montar uma estrutura de estudo (com materiais de qualidade) sem muito dinheiro.

Forte abraço a todos.

E rumo à PF!