ENTREVISTA EXCLUSIVA com APF recém-formado na ANP!

É isso aí, galera!

Eu e meu grande amigo Hermes, sem o qual essa matéria não seria possível, conseguimos realizar uma entrevista exclusiva com um APF recém-formado, agora em julho, na Academia Nacional de Polícia! O novo APF apenas pediu para que seu nome fosse omitido, por algumas questões pessoais e profissionais.

Dados os recados, curtam a entrevista! Espero que sirva de estímulo a todos!



Blog: O que te motivou a querer entrar para o Departamento de Polícia Federal?

APF: O fato de realizar um trabalho de rua, de investigação, sem muita rotina, sem ter que passar o resto da vida na frente de um computador, de poder ver trabalhos servindo pra ajudar o país, no geral foi por isso, saber que meu trabalho pode ajudar o país e as pessoas a irem pra frente.


Blog: Como foi sua preparação para o concurso (para todas as etapas, fisica, intelectual, etc.)

APF: Comecei em 2006, fazendo juntamente com a faculdade um curso básico pra ter a noção do que eram as matérias de direito, passei o ano de 2006 todo fazendo esse curso e já correndo atrás pra entender melhor essas matérias que nunca tinha visto na vida (minha formação é Arquitetura e Urbaninsmo). Depois de terminar esse curso, em 2007 entrei em um curso só de exercícios e já estudando em casa também, por apostilas e alguns livros que já tinha comprado e pego emprestado com amigos.
Depois de terminar esses dois cursos, em 2008, aí passei a estudar só em casa, porque já estava com uma base razoável. Junto a isso encontrei um grupo na internet que fazia simulados semelhantes aos que o cespe fazia, e só com questões retiradas de provas, fizemos até a data da prova 35 simulados, e devo em parte a minha aprovação a ter feito muitos exercícios, até as questões ficarem na sua cabeça de tanto já as terem respondido. No ano de 2009, que já indicava que o edital iria mesmo sair intensifiquei os estudos em casa, cronometrando todo o tempo estudado e rendendo uma média de 7h à 13h diárias, dependendo do dia e da matéria. Vale lembrar que nesses 3 anos realizei outros concursos e fui aprovado para a Polícia Civil de Santa Catarina e para o DEPEN. A preparação para o teste físico não foi muito intensa porque já vinha bem preparado, sempre pratiquei esportes e por isso foi só atender aos índices para não reprovar, acabei fazendo 23 pontos de 24 num total no taf e mantive essa nota dentro da ANP, nas duas provas que tivemos lá. Para o psico não me preparei, só dei uma olhada nos testes de raciocínio e nada mais.

Blog: Quais as maiores dificuldades que você enfrentou para chegar até onde chegou, formado na ANP e prestes a tomar posse no DPF? Como as superou?

APF: Dificuldades foram muitas, falta de grana pra comprar material, falta de tempo quando fazia estágio e faculdade, desânimo que batia de vez em quando, pensando na concorrência, achando que por tanta gente estar fazendo a prova seria muito difícil de eu conseguir entrar e chegar até o final. A reprovação no psico do DEPEN me deixou muito triste também mas acho que isso foi a retomada final pra poder estudar demais e ficar com o sangue nos olhos pra passar na PF. Apesar de algumas dificuldades eu sempre acreditei que podia passar, e foi muito importante ter sempre pensamento positivo e estudar muito pra realmente saber que você está preparado e que pode conseguir, que aquilo não é algo inatingível e está mais próximo do que a gente pode imaginar, basta sonhar, lutar pra conseguir e depois curtir o que conquistou.

Blog: Qual a bibliografia que você utilizou?

APF: Estudei pelas apostilas de teoria e exercícios do curso ponto dos concursos (pra mim um dos melhores materias que tem por aí), livros de autores como Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (Adm e Const.), Nestor Távora (Proc. Penal), Rogério Greco (Penal), Chiavenatto (Administração), Marlos Vargas (exercícios de economia) etc.

Blog: Comente como foi a primeira etapa do concurso. Desde a prova escrita e a física, até a psicotécnica.

APF: No dia da prova escrita estava ansioso como a maioria dos candidatos deveriam estar, cheguei antes, bem cedo e entrei na sala para ficar concentrado e escolher um bom lugar, apesar das cadeiras serem marcadas. Durante a realização da prova fui bem tranquilo, só quando fui começar a fazer a redação que fiquei mais nervoso, mas ai consegui controlar a ansiedade e me sai bem na nota. Eu sempre resolvo as questões objetivas antes da redação, porque aí durante a prova já posso ir imaginando o que vou escrever nela. O psicotécnico pra mim foi a fase mais complicada, porque tinha acabado de ser reprovado no psico do DEPEN e estava com isso na cabeça, foram dois dias muito cansativos, sendo o pior teste o do segundo dia, um teste muito subjetivo em que você tem que fazer desenhos com a mão direita e a esquerda numa determinada posição e ainda fazer em algum momento esses desenhos sem ver nada; acho que todo mundo saiu desse teste achando que tinha reprovado, rs. O dia da prova física foi muito tranquilo, tirando o fato de que tinha esquecido o atestado médico e só consegui tê-lo em mãos com 4 minutos para fechar os portões, mas depois que entrei lá foi só fazer as barras, salto, corrida (o mais puxado pra mim) e natação.

Blog: Como se sentiu ao chegar na ANP, após duras provações e na sua última etapa para alcançar seu distintivo.

APF: Foi uma sensação muito boa, quando chegamos ao portão e fizemos o primeiro cadastro num papel, tendo que assinar para poder entrar, carregando nossas malas pela avenida principal que leva até os alojamentos, eu olhei para os lados e falei pra mim mesmo "Não acredito que consegui chegar até aqui" e agradeci a Deus por poder fazer parte desse curso de formação. Aí foi chegar no quarto conhecer a galera e esperar o começo do tão esperado CF.

Blog: Como é a rotina na ANP? (Fique a vontade, pode contar o que você quiser, o que achar mais interessante, aulas, treinos, etc.).

APF: Em relação à rotina lá dentro é como se fosse uma universidade mesmo, só que com quase todos os seus horários ocupados e os horários livres quase que todos dedicados a estudar ou descansar. Tivemos bastante aulas teóricas o que no começo é legal mas depois fica muito cansativo, então você quer mais é que acabe logo rs. As aulas práticas são as melhores, porque é a chance de sair da sala e ficar ao ar livre realizando atividade sem ser de rotina e mais parecida com a que vamos encontrar aqui fora. Dá pra acordar lá pelas 6h40 e ainda tomar banho e café no quarto, se for tomar no café no restaurante (o café do restaurante acho a refeição mais completa que eles servem lá, o almoço é bonzinho tbm mas a janta é ruim..) aí deve acordar umas 6h10, 6h20 se decidir tomar banho, mas nem todo mundo toma banho de manhã. Depois a gente vai pro pátio pra formar tirar falta e ouvir os recados que nos tem que ser passado, as aulas começam às 8h00 e no meio da manhã tem um intervalo pra ir no banheiro, beber uma água, ir na cantina comer um salgado. Depois às 11h40 é a hora do almoço, a hora que tem que enfrentar uma grande fila pra almoçar, tem gente que só come um sanduíche ou vai pro quarto dormir. Depois as aulas da tarde vão até às 17h30 ou 19h30 se houver corujão (aí o pessoal fica realmente muito cansado quando tem aula até essa hora). Nos finais de semana também tínhamos aula aos sábados até as 17h30 ou 11h40, depois éramos liberados e ai cada um ia fazer o que queria. Domingo tinha que retornar até 23h senão só na segunda feira depois das 6h da manhã; normalmente quem escolhia esse horário para chegar eram os brasilienses que moravam por lá mesmo e ainda dava pra dormir em casa no domingo à noite. Vale lembrar que o curso foi em internato, só sendo liberados nos sabados depois das aulas ou nas terças e quintas à noite pra voltar às 23h.


Blog: Como se sentiu na formatura? Vê seu sonho sendo, enfim, realizado.

APF: A formatura e a festa foram muito boas, a festa foi melhor porque foi um momento pra beber, dançar, encontrar os amigos e os familiares, acabando 5h da manha e a formatura de colação começando às 9h30 mais ou menos, ou seja, a galera tava mortinha, mas nem sentimos porque aquele momento era a nossa coroação. Depois fomos à sala de aula para receber os nossos diplomas e nos despedirmos dos amigos e do nosso orientador, sendo o momento mais emocionante, porque muitos dos amigos e até irmaos que fizemos dali nos só iremos ver daqui há 13 anos quando formos fazer o curso especial.


Blog: E a sua lotação? O que espera do trabalho lá?

APF: Bom, quanto à cidade que escolhi estou esperando muito trabalho e estou disposto a mostrar muito serviço junto com os novos agentes e escrivães que estarão chegando com muita disposição e vontade de mostrar que estamos indo pra fazer a diferença na nossa Polícia Federal.
Entrevista realizada por Eduardo Costa e Hermes Jr.

Dois últimos recados, galera: não deixem de votar na enquente aí do lado, para que nós possamos nos orientar quanto ao conteúdo das postagem; e não deixem de comentar! Seria um sinal de congratulações ao nosso entrevistado, inclusive.

Forte abraço a todos!

E rumo à Polícia Federal!