quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As Crônicas de Persival - Mais um homicídio...



Quase 03:20h da manhã e Persival chegava na delegacia. Detestava aqueles turnos malucos, mas a Polícia Civil é assim mesmo: cheia de contradições. Se por um lado tinha certa liberdade para trabalhar, conquistados com muito suor nesses 12 anos de PCERJ, também tinha esse tipo de contratempo. Tudo bem, pára de reclamar. Afinal, de madrugada pensa melhor, se concentra mais. Se lembra momentaneamente da época de concurseiro, quando varava noites a dentro com livros e mais livros, dormindo o dia e a tarde inteira. Afasta o pensamento e se concentra na pilha de papéis sobre a mesa.

Primeiro caso: clássico crime contra a vida - Homicídio. A perícia já fora feita no próprio local, um bairro pobre da Zona Norte do Rio. Fez parte da primeira equipe a chegar ao local e, como de práxis, isolou a área, aguardando a perícia, ao mesmo tempo em que apreendia os objetos relevantes a elucidação do crime. Fez uma acareação entre algumas testemunhas e suspeitos apreendidos pela PM próximo ao local. A primeira vista, só usuários, mas foram levados pra DP pra melhores averiguações.


Persival, na delegacia, consulta o Código Penal. O que foi? Acha que o policial tem todo o ordenamento jurídico na cabeça? Claro que a experiência calejou o cara: sabia a metade do Código, mas apenas no que competia ao pragmatismo. Baboseira jurídica é pros juízes e doutrinadores. Nada daquela merda o ajudará nas ruas. Então, vendo o CP, avalia:
Homicídio é crime contra a pessoa, cujo o objeto jurídico é a vida. Admite forma dolosa e culposo ("disso até minha mãe sabe, porra"), e a forma tentada (as diversas trocas de tiro que já viveu lhe mostraram que sim, pessoas tentam matar umas as outras). Pena: reclusão, 6 a 20 anos ("uma porra que é! Se ficar 6 já é muito...").

O homicídio pode ser privilegiado (por "relevante valor moral, social ou sob o domínio de violenta emoção"), que discriciona ao juiz conceder redução de pena de 1/6 a 1/3. No entanto, as investigações apontavam num outro sentido: a vítima, Ítalo Nunes, um comerciante com ligações obscuras no submundo carioca, tinha muito inimigos. Decide a linha de investigação, após consultar o delegado Santos: homicídio qualificado por motivo torpe, ou, como chamam na delegacia, "homicído mercenário". Provavelmente, a vítima devia alguma coisa a alguém que, de modo "muito inteligente", resolveu matar o infeliz.
"Muito trabalho pela frente", pensa Persival. Pois é. Afinal, é fácil matar alguém, difícil é prender o assassino.

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E aí, galera?

Vocês acabaram de fazer uma breve revisão de Crime contra a Pessoa (Homicídio), em Direito Penal! Esse é um play-test. Pensei nessa nova forma de revisão: através de histórias de um policial. Desse modo, posso revisar Penal, Processual Penal e, quem sabe, Constitucional. Ainda treino redação. Além do mais, facilita a memorização (páginas de livros são sempre iguais, histórias não).

Não se assustem: escrevo um romance bem melhor que isso. Rsrsrs... Foi assim mais porque o texto devia ficar bem explicativo. Se fosse escrever com todos os detalhes narrativos, ficaria beeem extenso o texto.

Enfim, comentem. Dêem suas opiniões, pois elas são preciosíssimas. E, por que não?, conte outra história de Persival, o Policial Civil.

OBS: Antes que perguntem porque o Persival é Policial Civil e não Federal, respondo: a Civil tem um campo mais amplo de ação, que abrange boa parte, se não todo, o CP e CPP. A Federal atua especialmente em detrimento dos bens e interesses da União. Quem sabe ele não passe no concurso pra APF um dia? xD

Forte abraço!

E rumo à Polícia Federal!

10 comentários:

  1. Hahahaha, bem criativo parceiro...
    Daqui a pouco, quando estiver do lado de dentro do DPF, você vai ficar que nem o Sandro: escrevendo livros.
    Até que tu leva jeito rapaz kkkkkkkkkk
    Agora hermano, faz o Persival passar para APF. De repente surgem estórias do cara trabalhando na Fazendária, e, em uma parceria com a Receita, trabalhando com um colega auditor, na análise das demonstrações contábeis daquela empresa fraudadora kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Aí o APF Persival, vai ter de se lembrar da época de estudo de Contabilidade, Economia(...), daquele longínguo edital do concurso para APF pelo qual fora aprovado. =)
    Zueiras à parte, mt boa a iniciativa.
    E foi mal, citei o raio da contabilidade pq é esta matéria da porra que anda tirando meu sono...

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  2. HUhaushausuahsuas... Valeu, meu irmãozão!

    Pode deixar que ele vai ser APF sim, mas dele ele curtir a onda Civil enquanto isso xD

    Hhaushuahsa.. Abração!

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  3. Amei a idéia Edu.!!!
    É de uma leveza quase insustentável.!!!
    Hehe..
    ...
    Por favor me informe se você irá querer uma editora para revisão.!! Rsrs..:-)
    Quem sabe não me candidato.!

    Abraço grande ^^

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  4. Grande amigo Edu...
    É a segunda vez que escrevo este comentário, pois nossa amiga Alessandra resolveu apertar o botão da postagem junto comigo, e o resultado: pãm - perdi tudo rsssssss.

    Muito show sua idéia. Pode encher o gás do Policial Persival, pois ele tem no mínimo um Código Penal inteiro para viver rssssss. Uma dica: envolva ele no mundo obscuro da Civil, enfocando sempre sua honestidade (é claro), pois futuramente ele utilizaria deste artifício para se decepcionar e entrar pra PF... Toda história necessita de um final feliz, né?!!!! hauahuahuahua

    Forte abraço meu brother!

    PS: A propósito. Esta sua nova imagem virou meu plano de fundo do PC. Sem comentários.

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  5. Hiii... Foi mal Jonas... rsrs..!!!!
    A foto do blog me deu arrepios..!!!
    ...
    não se preocupe que "sua nova imagem virou meu plano de fundo do PC" [2]

    Haha..!!
    Abraço grande para os dois.. Edu e Jonas.! ^^

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  6. Eduardo, adooooreeeiii sua imagem do blog. Mtooo booooaaaa.. sem comentarios !!!
    só não vou colocar de plano de fundo no PC pq tô estressada o bastante esses ultimos dias para mais um pouquinho de pressão.. hehehe



    Nossa eu estava esperando o fim do texto pra saber quem era o autor, mto bom viu, vc leva jeito.

    Mas eu tbm quero q o Persival passe para a PF, que ele estude muito e tenha mto estresse como todo concurseiro. hehehe

    um abraço.

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  7. Adorei, moreeeeee
    Quimané Capitão Nascimento... Já sou fã do Persival. Persival! Persival! Persival!!! \o/\o/

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  8. "Uma dica: envolva ele no mundo obscuro da Civil, enfocando sempre sua honestidade (é claro), pois futuramente ele utilizaria deste artifício para se decepcionar e entrar pra PF... Toda história necessita de um final feliz, né?!!!! hauahuahuahua"

    Boa Jonas, kkkkkkkkkkkkkkkkk.
    Se bem que a Federal tem lá seus sangue-sugas tb. Mas para o cara se adequar a nossa realidade, seria um final mais feliz.
    Quero vero Persival trancafiado e com a cara no livro. =)

    Em relação a foto nova de fundo, mt show msm.

    E Edu, prossiga nas aventuras do Persiva na Civil mas não esqueça da campanha "Persival na Federal". kkkkkkkkkkk

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  9. Iai EDU! sou novo aqui! Muito legal o blog. Frequentarei!

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  10. Muito bom Eduardo!!! Como sempre nos surpreendendo!!!Seus textos são bons pra ler...isso quer dizer que vc está se dedicando muito à redação!!!Sucesso e Saúde!!!

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