segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Resenha: Tropa de Elite 2




Saí do cinema sem palavras. Meus amigos até estranharam meu quietismo, uma vez que sou todo espalhafatoso, tagarela, e adoro comentar os filmes depois que assisto. Pensava em mil coisas ao mesmo tempo, mas só tinha uma certeza: Tropa de Elite 2 foi um dos filmes mais marcantes da minha vida, sem exagero.



O filme trás uma abordagem tão pesada, tão tensa, tão dramática e sufocante que deixa o telespectador angustiado por toda a situação. Com fidedignidade, os roteristas, dentre eles o ex-caveira Rodrigo Pimentel (que faz ponta no filme), retratam uma das realidades mais duras que se é possível viver: a de um policial honesto contra o "sistema". Esse "sistema", tão abordado em diversos livros e filmes, não se refere necessariamente ao sistema político, mas a um gigantesco aparelho estatal que coordena todas as ações públicas e que refletem diretamente na vida do cidadão. É como um grande monstro que engole a tudo e a todos.


Ao contrário do primeiro filme, em que se tem a transformação dos jovens e inexperientes aspirantes Neto e Mathias em caveiras, com um morto e o outro matando um criminoso a sangue frio, em Tropa de Elite 2, o protagonista é o (agora) Coronel Nascimento. O personagem é profundo e denso, além de extremamente carismático. Qualquer um pode se pôr no seu lugar e compreender sua angústia, sua sensação de impotência diante do "sistema", de como as coisas funcionam no cenário da Segurança Pública carioca (que possivelmente se reflete por todo o país).



Vibrei, ri, (quase) chorei; fiquei feliz, angustiado, triste, desesperado. O filme é incrível. Como dizia o então Cap. Nascimento no primeiro filme, "o sistema só trabalha pra resolver os problemas do próprio sistema". E quando disse no começo que foi um dos filmes mais marcantes de minha vida o fiz por perceber que Tropa de Elite 2 não é um mero filme, mas um retrato da realidade. Um desenho, uma escultura do que é a Segurança Pública e o "sistema" trabalha, em geral, CONTRA o cidadão.

O filme mexeu comigo. Mexeu fundo, em algumas cicatrizes, em algumas idéias deturpadas, mas me trouxe novas idéias e muita motivação. Engraçado é pensar que, quanto mais eu vejo o quão tosco é o sistema, mais me motiva a ser polícia. Não tenho mais palavras se não dizer que o filme é incrivelmente bem feito, com um EXCELENTE roteiro (especialmente), e que ele é um tapa na cara de muuuuita gente.

Poderia falar mil coisas aqui sobre o filme, mas é uma experiência tão profunda que quero que cada um dos candidatos à Polícia Federal assista e postem aqui seus comentários a respeito. Recomendo a todos e aguardo os comentários.


Um forte abraços a todos vocês.

E rumo à Polícia Federal (ainda refletindo...)

10 comentários:

  1. Estudando há pouco mais de um ano e com um sonho de tornar policial federal um dia, tive a mesma reação que você teve ao sair da sala do cinema, ontem à tarde. Confesso que saí de lá pensando mil coisas, sofria calado ao lado da minha namorada. A ideia de que tudo já está perdido... não há mais solução para o caos que se encontra o sistema de segurança pública desse país... não quero correr o risco de me envolver a tal ponto de prejudicar as pessoas que estão a minha volta... isso caiu como uma bomba de realidade nos meus sonhos e seu estrondo está sendo sentido até agora!
    Passei horas pensando que o entusiasmo dentro de mim havia ido embora quando as letras subiram após o término do filme... Cara, eu havia me colocado por diversas vezes no lugar do Ten Cel Nascimento e quantas desilusões surgiram durante aquele filme... principalmente com a política deste país, pois o filme é um fiel retrato da nossa realidade (especialmente para os ocupantes de cargos políticos de Brasília).

    Para fechar esse comentário, deixo a frase que li na internet enquanto me remoia em busca de respostas e tentava encontrar o fio de motivação que havia perdido naquela sala escura de cinema.

    "Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados." Edmund Burke

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  2. Acho que todos saímos da sala de cinema com várias perguntas na cabeça, em especial as que colocam nossos entes queridos na mira da bandidagem e a corrupção que iremos enfrentar. Mas verdade seja dita, melhor morrer por algo que viver por nada.

    É como diz o lema do exército americano ESTAMOs PROCURANDO ALGUNS BONS HOMENS. É o que precisamos, alguns bons homens.

    Continuando o comentário de Vinícius acima, que o silêncio dos bons seja interrompido pelas hélices dos helicópteros e sirenes da PF, e que o grito dos homens de preto abafe e traga para justiça o falso triunfo dos maus.

    Vamo que vamo!

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  3. Bom, eu já falei tudo que penso desse filme lá no meu blog :P

    Poxa, decepção total, não com o filme, mas com o Brasil de um modo geral. E parece que muita gente andou perdendo a motivação de ser policial depois de TE2...

    beijão



    Mas o Nascimento agora é coronel ou tenente-coronel, amor? Eu tinha entendido que ele era coronel ^^
    Se não for isso eu tenho que ir lá consertar no meu blog.

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  4. É, amigos, é realmente tenso.

    Vinícius, obrigado pela comentário. Acrescentou muito.

    Mari, você é minha heroina! Sempre convicta, sem forte xD

    Criska, meu amor. Entendi que era Ten-Cel Nascimento, inclusive, pesquisando aqui, na Veja também dizem Ten-Cel. Vou ver de novo e, se não for, aviso aqui xD

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  5. Vendo a cena do discurso do Nascimento no BOPE, o novo comandante do BOPE chama ele de Coronel. Então deve ser isso mesmo xD

    http://www.youtube.com/watch?v=sk46h7LJwm8&feature=related

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  6. Bem, não tenho muito o que acrescentar aos comentários.
    Posso dizer que sai do cinema com toda certeza do mundo de que é isso que quero pra mim.
    E, sendo bem sincera, é exatamente isso o quer acontece, política e corrupção.
    Triste perceber que no gabinete dos chefes tem água e refrigerante na geladeira. Tem chocolates em cima da mesa - boa parte disso comprado com dinheiro do Estado.
    Do outro lado delegacias sucateadas, Policiais tendo que comprar papel pra fazer os Inquéritos. Levar água de casa. E, além de tudo, ser agente carcerário (cuidar de preso mesmo) e limpar delegacia.
    São dois mundos diferentes dentro da mesma Polícia...

    E quanto ao Cel. e Ten. Cel. se não me engano na farda é Tenente-Coronel. Mas todos chamam ele, no filme, de Coronel mesmo.
    E percebo que isso realmente acontece. Vejo que alguns Ten. Cel. da PM sempre são chamados só de Coronel.

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  7. FILMAÇO!!!
    Em relação aos comentários, a galera foi bem competente e fica meio difícil eu dizer o que achei, já que grande parte já foi sintetizada acima.
    E o complicado é comentar sem spoiler, rs. Vou acabar falando alguma coisa que pode prejudicar quem ainda não viu o filme.
    Mas em suma: recomendadíssimo, é muito mais um documentário do que um filme, e tem uma proposta bastante diferente do primeiro, embora se encaixe extremamente bem, em termos de continuação.
    Para nós aqui do Rio, numa boa, é uma sensação de dejà vu. Já conhecemos este enredo, infelizmente. Conforme foi dito, é impossível um candidato a polícia, seja qual for, não sair se questionando depois de assitir o filme.
    Acho que as reações serão diversas. Pode ter candidato que se choque, repense a escolha. E acho que isto é válido também. Acredito que seriedade é fundamental para um futuro policial. Vai ter stress, gente querendo te ferrar, parcero corrupto e tudo que ja sabemos.
    Se eu disser que não pensei, que saí do cinema sorrindo vou estar mentindo. Mas uma coisa posso dizer. Minha decisão está ainda mais séria agora, e sinceramente, já era assim.
    O filme dá um banho de realidade, e nós, futuros policiais, viveremos isso em maior ou menor escala. Quanto menos inocente melhor.
    Este filme é um marco. Por seu caráter educativo a uma grande população que não sabe votar, e para mim, no sentido de deixar claro a realidade do "sistema" (nas devidas proporções).
    Mas depois disso tudo, ainda grito bem mais alto: QUERO A ROUPA PRETA COM AS LETRAS DOURADAS. QUERO O DISTINTIVO: AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL.
    Podridão? Quem disse que não teria?
    Dos bons, uns escolhem combater e lutar de dentro de um escritório, fazendo o seu trabalho bem feito. Outros preferam atuar de forma mais ativa, com armas em punho e ideais e justiça na mente. É este que eu quero ser.
    FILMAÇO.

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  8. Faço de minhas palavras as palavras dos meus colegas que acima postaram. Me senti sim um tanto desanimado quando caminhava lentamente em diração a saida do cinema. Remoia pensamentos sobre as cenas do filme assistidas por mim minutos antes. Imaginava se eu conseguiria vencer o sistema, se eu teria alguma solução contra o sistema, se o sistema não me venceria. Foi ai que tive a conclusão que eu sim poderia ser vencido pelo sistema, no entando se eu me unisse com aqueles que lutam incansavelmente contra o sistema, aqueles que dão a vida á não se corromperem, aqueles que tem na alma um espirito de honestidade juntamento com raça para lutar contra os maus eu tive a CERTEZA que o sistema sim poderia ser derrotado, e tive a certeza tbm que a mensagem que o filme desejou passar não foi para desanimar os bons, mas sim para preocupar os maus ou seja o sistema, de que essa é a hora dos bons agirem de forma incisiva e persistente sempre com a honra estampada no peito de forma a nunca ser violada, essa foi a mensagem passada a mim e acredito que a muitos outros cidadão que sonham em um dia agir juntamente com a segurança publica em prol de uma sociedade justa e igualitária.
    O SISTEMA NÃO RESISTIRÁ A FORÇA DAQUELES QUE HONRAM SUA PÁTRIA. FORÇA, CABEÇA ERGUIDA E TODOS EM BUSCA DE UM IDEAL SENDO FIÉIS ATÉ A MORTE.

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  9. Revi o filme segunda, e é Tenente-Coronel sim. Ele fala no final, na ALERJ: "Meu nome é Roberto Nascimento. Eu sou tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro..."

    :D

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  10. Concordo plenamente com todos vocês. Perfeitos!
    Mas esquecemos de uma coisa... A vida não é feita de grandes esferas num mundo macroscópico, tudo que visualizamos foi, inicialmente, construído de uma carteira falsificada de estudante, um maço de maconha numa festa etc., ou seja, aqueles homens apenas cultivaram e desenvolveram uma má semente do passado em suas próprias vidas.
    Se nós pretendemos ser diferentes temos que começar a retirar esses pontos negativos das nossas vidas e não esperar estar no meio deles para trocarmos nossas roupas...
    O filme foi um grande SHOW! PARABÉNS A TODOS. Entretanto a minha reflexão pessoal foi sobre o nosso comportamento nas coisas alheias que achamos extremamente simples. Como diz o popular ditado: Todo fim existe porque a ele foi dado um começo.
    Abraços a todos.

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